Gira coisa essa do amor!

Hoje vou tentar descreve-lo sem tentar não cair na tentação de ir buscar uma daquelas frases do clube jamba escritas em pseudo português. Deixo só um exemplo giro de uma frase que já vi mais de 10000000000002 vezes e que ainda há quem a use: "se a tua vida depender do meu amor viveras alem da vida pois te amo alem du amor!!" (Interpretação: estou um bocado confuso...mas deve algo do género: amo-te tanto quanto a equação Xw+Yn/69*p=1).

Bem para mim o amor é um fenómeno interessante. Começa quando até se está distraído e tal, não se quer nada na vida e aquilo vem chatear de onde menos se espera. Nós até nem queremos nada, mas quando nos apercebemos estámos a ver a TVI para termos uma experiência traumatizante para partilhar. A partir desse momento decide-se partir para a sedução (ou o típico engate) e pensa-se em inúmeras estratégias de sedução/engate:

#1- Comprar um fato de super-homem e adquirir uma identidade secreta, um alter-ego.
Esta estratégia é usada essencialmente por miúdos de 6 anos e outros indivíduos que acreditem no Pai Natal ou que a roupa interior vermelha e por fora de collants é sexy; normalmente nunca resulta, visto que quase nunca ninguém que nos interesse está para ser colhida por um autocarro, um comboio ou avião, sendo que o fato também não nos dá os super-poderes.

#2- Tentar ser atropelado pela tal pessoa.
Esta é uma estratégia responsável por muitos casamentos e mortes estúpidas. É severamente desaconselhada, especialmente quando se tenta conquistar uma mulher. No caso inverso, a probabilidade de sucesso é francamente superior, a não ser que o tal indivíduo seja alcoólico crónico, com mais de 90 anos e que padeça de Alzheimer.

#3- Fazer uma representação dramática à frente da tal pessoa, fazendo parecer uma questão de vida ou morte.
Esta é uma estratégia que falha muitas vezes por muitos indivíduos esquecerem o nome à donzela à qual se propoem. Outro factor de insucesso é o facto de se ler o rascunho com as frases de sedução ou engate como um miúdo de 5 anos.

#4- Mostrar que se está disposto a tudo para conseguir algo.
Esta estratégia é francamente nobre, mas é preciso um nível de estupidez realmente grande para se aplicar como deve ser. Algumas das formas de se mostrar que se está disposto a tudo são retirar um rim para a doar, cobrir-se com mel de uma colmeia, andar nú numa mesquita e comprar um carro tunning.

#5- Seguir a intuição.
Esta é a estratégia mais comumente usada e tanto pode suceder como fracassar. É usada por 99% das pessoas e é aquela que nos leva a cometer actos perfeitamente imprevisíveis, estúpidos, lindos e anormais.

Após a fase da sedução podem acontecer uma de duas coisas: ou ter sucesso ou ficar terrivelmente deprimido ao ponto de se conseguir ver tv nos canais generalistas à noite.

Mais poderia falar sobre isto, mas após esta dissertação, consigo concluir que o amor é um conjunto de sentimentos e actos que por vezes nos fazem fazer idiotas, estúpidos, infantis, mas que nos permite conseguir o afecto e atenção de outra pessoa no mínimo. É no fundo um sentimento que nos impele a gostar de alguém e fazer disparates, mas disparates que são do melhor que se pode fazer na vida, disparates giros, disparates memoráveis, disparates de que não nos arrependemos mesmo até na hora da morte.
Conclusão final: o amor é mesmo um disparate! :P

PS: Era suposto desenvolver mais este post, mas dadas as condições atmosféricas fico-me por aqui.

Um dia estava eu a passar num centro comercial e deparo-me com esta barbaridade:


"Uma herdeira milionária com um estilo de vida de sonho está à procura do seu novo melhor amigo. Há amigos bons e outros que acabas por esquecer. Paris Hilton já sentiu isso na pele e por isso decidiu juntar 16 raparigas e dois rapazes, para escolher o seu novo melhor amigo em “My New Best Friend Forever”, o novo programa da norte-americana, que vais poder ver na tua MTV Portugal.

Os candidatos vão estar reunidos numa casa e serão postos à prova pela cantora, actriz e figura do showbizz mundial, que vai seguir de perto todos os seus movimentos.

O novo melhor amigo de Paris terá obrigatoriamente de ser genuíno e, além disso, é preciso que goste de festas, que tenha estilo, bom gosto e olho para o negócio. Quem preencher os requisitos será o novo melhor amigo de Paris Hilton e recebe um passe de livre acesso à secção VIP da secção VIP, e lições de vida da celebridade.

Não percas o programa mais exclusive de sempre. “Paris Hilton's My New BFF” todas as terças-feiras @ 22h00, na tua MTV Portugal."

Mas o que é isto???? E depois queixam-se que a nossa juventude está a ficar mais burra...e já agora, embora sei que mais burro é ainda debater isto, mas não consigo perceber o conceito de amizade inerente.

Ora ser um bom amigo é então sujeitar-se a ficar na mesma casa de Paris, lutar com outros para ter a consideração da mesma (mais valia comprar 5 cães e 5 gatos e enfiar-lhes um bife a meio após 5 dias à fome), ser genuíno (interpretem como homo sapiens sapiens verdadeiro e não qualquer imitação dos chineses), gostar de festas, mesmo aquelas em que se serve à mesa, ter estilo (usar qualquer coisa que custe um balúrdio, mesmo que se pareça com as túnicas de Ghandhi ou suficientemente grande para tapar 20 células na área genital), ter bom gosto (esta é mais difícil, porque não sei o que é ter bom gosto segundo a epístola de Paris Hilton) e por fim ter bom faro para negócios (tendo um papá multigigahiperpodremilionário).

Mais fantástico é o prémio, que mais parece um castigo. Receber lições de vida da Paris Hilton é surreal. Já estou a imaginar uma grande lição de vida, que faria invenja aos orientais:
"Meu amigo chegaste a este nível de estupidez pura. Conseguiste livrar-te das impurezas (leia-se resteas de inteligência) que perturbam o teu espírito e agora o teu caminho é a levitação até ao cúmulo da estupidez! Exercícios para hoje: tentar provar que a Terra é um quadrado com três lados; tentar provar que o Pai Natal afinal é um terrorista perigoso que se esconde nos desertos de areia do pólo-norte, perto da Argentina; comer puré com pauzinhos chineses".

Existem coisas fantásticas, não é?

Como se não bastasse o facto de estar sempre a ver ou ler notícias acerca do caso Freeport, que muito honestamente pouco me interessa (toda a gente sabe que o Zezito mente, para quê inundar-nos com notícias? Queremos é novidades!), não percebo o sentido desta nova coqueluche da imprensa, o casamento gay.

Esclareço que nada tenho contra os gays, eles lá sabem o que fazem...mas isto de casamentos gays não tem por onde se pegue. Partindo da definição antropológica de casamento, chegamos à conclusão de que é semânticamente impossível, porque à partida implica uma união de duas pessoas de sexos diferentes. E não, não me venham com a desculpa que pode haver um elemento que faz de homem e outro de mulher. Falem é em união, ajuntamento, tortura (embora falte pouco para ser sinónimo de casamento), contrato...
Ou seja, legalizar o casamento gay é como legalizar a venda de pares de sapatos em que os dois sapatos são para o pé esquerdo ou abolir as casas-de-banho masculinas e femininas, substituíndo-as por casas-de-banho mistas.

Mas o mais incrivel, em que é que os casamentos gays podem servir para criar novos empregos e relançar a economia?