Um blog onde a inteligência dos posts é comparável às intervenções do Mário Lino.

É Natal...

By Mike on 19:22

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Chegamos ao Natal. Natal lembra muitas coisas, aquelas tretas do costume: pai natal, presentes, iluminações, solidariedade...

Existem algumas coisas que nunca compreendi no Natal: porque é que é sempre nesta altura que somos bombardeados com campanhas de solidariedade? Porque é que é nesta altura que temos de ser solidários? Porque é que a Popota é tão irritante?

Analisando as duas primeiras perguntas retóricas, verifico que normalmente os grandes promotores destas campanhas de solidariedade são hipermercados, sim os mesmos que despedem funcionárias grávidas ao longo do ano e rodam os empregados a cada seis meses. Outro facto é que ao ser bombardeados por tanta campanha de solidariedade sentimos que se não contribuirmos nada somos algo parecidos a sovinas ou assassinos.
Mas a verdade é que o acto altruísta é de quem efectua os seus donativos e muitas vezes não de quem efectua as campanhas (embora, sarcasmos à parte, seja bom elas existirem), porque conseguem publicidade positiva e não sei até que ponto têm prejuízos. Daí que entenda que existe uma certa contrariedade nestas coisas, mas é estranhamente normal nos dias que correm.
E já agora creio que não é só no Natal que devemos solidários...o resto do ano também serve, e deveriam fazer campanhas de solidariedade para as empresas: "Não tenha medo do trabalhador efectivo" ou "Mulher grávida é ser humano...não despeça as mulheres grávidas nem lhes faça a vida negra para obter o mesmo efeito".

Em relação à Popota, não percebo como alguém consegue sequer acompanhar metade do anúncio de uma Hipopótoma que canta, dança e faz duetos com o Tony Carreira...e Popota é um nome tão irritante, faz lembrar nome que se daria às nossas fezes...daqui a uns anos ainda alguém inventa a Bobosta (bem puxadinho até pode ter dois sentidos)...

Idiotice nos programas da manhã II

By Mike on 20:15

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Mais uma vez trago para este blog o tema dos programas da manhã.
Estava eu descansado a tomar o meu pequeno-almoço quando passo pela SIC. De início julguei que estaria a ver um julgamento, visto que estavam a relatar um caso de negligência, daqueles em que um médico qualquer supostamente fez uma asneirada e lixou alguém. Eis o retrato da deprimência: mulher prejudicada sentada num divã, com cara de quem tem dormido pouco. apresentadores com olhar intenso e torturante, tentando-se armar em pseudopsicólogos com o objectivo de arrancar 200 a 300 mL de lágrimas.

Tentei então ver aquilo alguns segundos, e lá ouvi o lado da mulher. Não consegui determinar se tinha razão ou não, mas lá ficou mesmo a chorar...o público esse estava silencioso. A mulher acabou de contar a história e nem passaram 3 seg e acontece isto: "E foi mais um caso no nosso programa. E AGORA O JACKPOT (música alegre, banda a tocar a música mais alegre que se lembra e o público a bater palmas e a assobiar)". Fiquei estupefacto e pensei comigo mesmo: "Mas o que é isto???? Eu nunca na vida, após uma história tão dramática, triste era capaz de gozar com a cara de alguém com aquilo! Então e o respeito, não se usa? E ao menos a gozar com a cara de alguém que fosse com a do Goucha, que aí garantidamente ficaria sintonizado muito que 89 segs..."

Mas a triste verdade é que aquelas histórias que não levam ninguém a lado nenhum são uma forma triste de se humilhar as pessoas na tv. Tudo por audiências, nada de respeito...a melhor comparação seria estar num enterro com uma banda, que enquanto o morto estaria a ser enterrado tocava músicas mórbidas e após acabarem de deitar a última pá de terra em cima do morto começar a tocar "I feel good".

Terei então eu razões para odiar ver alguém a contar as suas histórias nestes programas???