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Portugal e a crise, uma história de amor!

By Mike on 02:28

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Portugal e a crise. Este é um tema que efectivamente dá muito que falar. Aliás a crise para alguns é até um mito. Portugal também! E claro muita maldicência terei para escrever por cá, o mais difícil será resumir tudo num texto minimamente decente e curto! Pior que isso, o desafio é tentar fazer um texto sem parecer um Miguel Sousa Tavares!

Ora eu era daquelas pessoas que não acreditava na crise. Pensava que era treta e que estaria na cabeça das pessoas, era uma espécie de papão que andaria por aí à solta para assustar o povo e facilitar a dissecção do normal desgraçado que tem de pagar impostos! Mas descobri, para meu espanto (!), que os monstros existem, e para meu azar tenho de levar com esse no ano de 2011!

"Tudo bem, venha o monstro, que eu não tenho medo!", pensei eu. O problema disto é que decidi começar a pensar de onde veio este monstro, tendo com isso perdido uns 23 neurónios e alguma caspa. E que encontrei na base? Não meus amigos, não foi a crise internacional. Nem muito menos a nossa dependência em termos energéticos de outros países, nem mesmo o facto de importarmos mais do que exportarmos, nem mais ou menos a falta de competitividade da nossa economia!

O criador deste monstro é deveras surpreendente e é conhecido comummente pelo apelido de "Cunha". Não consegui descortinar o seu primeiro nome, mas vou convencionar "Zé", pelo facto de lhe ficar porreiro. Zé Cunha, portanto!

Fico com a impressão que poderia acabar a minha centésima asneira neste blog agora, visto que toda a gente saberá o modus operandi do Zé Cunha! Mas para aqueles que tenham dúvidas vou explicar:

"O Zé Cunha é aquele indivíduo que aos 5 anos não estava cognitivamente apto para avançar para o primeiro ano de escolaridade, mas que progrediu porque os seus pais conheciam a professora da primária e esta até achava que o rapaz já poderia saltar para o terceiro ano. Aos 7 anos, o Zé Cunha era já um prodígio, militava no quinto ano e fazia xixi nas calças! Como bom português era refilão, não fazia os trabalhos de casa, e quando os fazia contava com a colaboração do totó da turma! Aos 16 anos Cunha, Zé Cunha já era um mestre no copianço! Um professor avaliou-lhe negativamente, no segundo período do 12º ano, mas foi substituído ao terceiro semestre por ser alegadamente incompetente!
Na Universidade, Zé Cunha seguiu um curso qualquer, e acabou os estudos aos 20 anos, já com doutouramento, mestrado e essas tretas todas. Integrou assim os quadros de trabalhadores da câmara municipal da sua terra natal, a qual até nem estaria a admitir trabalhadores de momento, mas que após uma abertura de um concurso especial e excepcional, o admitiu!
A sua ascenção foi meteórica! Rapidamente se tornou chefe de gabinete, e aos 22 anos, com um ordenado camarário, possuía 3 casas, uma delas com piscina e jacuzzi, inúmeros terrenos, e conduzia os modestos Mercedes que a Câmara adquiriu.
Inscrito desde os seus 16 anos num afamado partido político, tornou-se líder da facção juvenil do mesmo aos 19 anos, substuituíndo o anterior presidente que abandonou o cargo por motivos que só ele saberá...aos 36 anos já era um dos notáveis do partido, e com 41 anos tornou-se líder do mesmo. Os seus melhores amigos eram uns banqueiros, uns empresários cujas empresas até costumavam ganhar uns concursos públicos e um ou outro político. Sendo um homem de coração grande, Zé nunca deixou os seus amigos mal e nunca quis que lhes faltasse nada. E nunca lhes faltou. Aos 44 anos, Cunha torna-se o primeiro-ministro!"

Penso que o meu exemplo é claro, e em bom nome da verdade, se o país está de pantanas, a culpa é um bocado de todos nós, ou por querer ser como o Zé, ou por encolher os ombros e deixar o Zé passar! O Zé já fez o prejuízo e levaremos muitos anos a recuperar, mas o que não podemos permitir é deixar o Zé na mesma onda e na mesma vida!