Um blog onde a inteligência dos posts é comparável às intervenções do Mário Lino.
Ora desde pequenino que acompanho futebol. Sei que não sou muito velho, mas sempre que uma equipa saía derrotada ouvi frequentemente esta justificação, nas variantes que passo a apresentar:
"- Fomos prejudicados pela arbitragem mais uma vez!"
"- O campo parecia inclinado!"
"- Apesar de termos sido dominados todo o jogo e termos cortado em cima da linha inúmeros lances de golo, aquele penalty foi injusto! Toda a gente viu que a perna do Jairzinho nem partiu, foi simulação pois claro!"
"- É sempre a mesma história! Para o FCP marcam-se 5 penalties/jogo e para nós é sempre 4! São sempre os mesmos beneficiados!"
"- Não era fora de jogo, tenho a certeza! Até daqui do banco vi claramente, e no meio de 17 jogadores que o Rodriguinho estava em jogo!"
Muitas mais haveram certamente. Mas a verdade é que em Portugal é muito difícil admitirem-se factos simples, por exemplo: "O adversário foi melhor", ou "Nós não jogámos peva", ou mesmo "tivémos sorte por acabar com 9 jogadores em campo". Pode-se ver uma equipa a levar um chamado "banho de bola", mas se de repente o árbitro marca uma falta errada, é o fim do mundo. É o culpado por natureza. Mesmo que não tenha culpa, "nós fomos claramente prejudicados por não ter sido prejudicados pela arbitragem, visto que assim teríamos uma desculpa para usar"...
No nosso dia-a-dia isto também acontece. Ora vejamos:
"- Então pá, bateste??"
"- Podes crer...fogo porcaria de estradas, mal sinalizadas...se estivessem como deve ser..."
"- Mas então, que aconteceu?"
"- Eh pá ia eu a 140 km/h lá no meu bairro, e não é que me sai um carro no cruzamento que nem prioridade tinha! É o que eu digo, o português na estrada é um perigo, não se pode confiar! Mas lá dei um porradão no gajo para aprender as regras do trânsito como deve ser!"
Agosto acabou e como muitos portugueses também tive de férias. Férias também do blogue, visto que realmente já não escrevia há um mês...
Ora vi recentemente uma reportagem sobre a depressão pós férias e identifiquei-me com a coisa...ora qual a pior coisa que regressar ao trabalho?? Depois de 10, 15 dias de vida, é difícil voltar ao duro, sendo quase uma constatação óbvia...mas se fosse ministro da saúde resolvia logo o problema: ora incluia um bónus pós férias de 1000e mais dias de trabalho alternado com folgas e manhãs de trabalho no jacuzzi. Para além disso legislava no sentido das empresas, ou locais de emprego darem as condições de entretenimento e diversão necessárias para que o trabalho fosse uma festa.
Fica a minha teoria para a cura da depressão pós-férias! Alguém tem algo a acrescentar?? :P